"A arte e o poder, como água e azeite, em um mundo ideal não se misturariam"
Esse é o entendimento fundamental de qualquer um que observe e valorize a independência e vanguarda da arte no questionamento e compreensão do mundo. A arte está para questionar, para refletir, para chocar e para compor a autocompreensão cultural dos povos, por isso não pode e nem deve ser influenciada.
É bem verdade, também, que a arte tem seu alto grau de presença e participação no entretenimento, no alívio das amarguras e nos momentos de lazer de todos os povos. Desde as formas mais banais e cotidianas de apresentação da arte, como em telenovelas ou músicas no som do carro, até nas formas mais nobres e grandiosamente produzidas, como os enormes festivais, espetáculos musicais e, claro, no sempre imponente cinema.
Em uma sociedade econômica movida pela lógica do consumo, a Arte não pode ser purificada e excluída do enquadramento de um legítimo e necessário setor econômico. A Arte e a economia criativa como um todo, formam uma potente indústria, com gigantesca capacidade instalada, mas com uma enorme ociosidade que a agência de fomento cultural La Fourmi deseja reduzir.
Fonte praticamente inesgotável de empregos de ótima qualidade, quando fomentada, a Arte e todo o setor cultural são capazes de gerar renda para milhares de famílias através dos empregos diretos e indiretos. Apesar de tantas qualidades, a indústria cultural tem sido constantemente desmerecida e desmontada com a redução e burocratização do acesso aos recursos públicos tão necessários para a manutenção e, principalmente, expansão do setor.
Com tamanho potencial represado, é inevitável que a sociedade se organize em torno da exploração econômica dessas atividades e que grandes empresas, detentoras de grandes montas para investimento em marketing, se tornem parceiras dessas novas oportunidades irrigando o setor cultural com novos e desburocratizados recursos que atinjam projetos que, de outra forma, não conseguiriam sair do mundo das ideias e impactar a vida das pessoas.
La Fourmi ponderou todas essas — e muitas outras — peculiaridades da arte e da cultura e desenvolveu um modelo de construção que consiste em coletar recursos disponíveis no mercado e alocar na produção artística, sem transformar as obras, ou os eventos patrocinados, em peças publicitárias, mas mostrando de forma sutil e generosa, sem interferir no resultado da obra, que aquelas marcas patrocinadoras acreditam e investem naquela expressão artística, cultural, educacional ou científica.
Para esse objetivo, La Fourmi não precisa convencer o mercado de nada, precisa apenas ressaltar fundamentos consolidados em uma economia de mercado, como por exemplo: “Não se coloca todos os ovos em um único cesto”. La Fourmi concorda com isso e surge, com sua vocação natural de coletar e alocar recursos, como uma opção de cesto para colocar uma pequena fração de seus ovos e para isso La Fourmi se fez um o cesto mais seguro, programático e propositivo.
Apesar de parecer presunçoso o surgimento de uma empresa que se propõe a “apoiar a ARTE, a CULTURA e a EDUCAÇÃO”, o fomento à indústria criativa no Brasil é tão pequeno que qualquer boa intenção com pequenos atos, como assistir a um filme nacional por mês, já é capaz de gerar grandes impactos em um mercado tão negligenciado. La Fourmi surge com o entendimento sobre ser uma iniciativa pequena, feito uma formiga, porém, nasce com a certeza de que o trabalho incansável de uma formiga não é insignificante, muito pelo contrário, uma pequena formiga, trabalhando em sinergia com tantas outras formigas determinadas, é capaz de encontrar valiosos recursos, construir grandes formigueiros e equilibrar todo um ecossistema a sua volta.
La Fourmi nasce para somar forças no fortalecimento da Arte, Cultura e Educação.
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