Texto livremente inspirado em "Um Homem é Um Homem" de Bertolt Brecht.

“Um Homem é um Homem” é uma peça escrita e, várias vezes, reescrita por Brecht, entre 1926 e 1956, ano de sua morte. É uma comédia que se situa numa fase de transição e de formação da teoria brechtiana sobre o chamado teatro épico.

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Em 2022, sobre o mote da obra-prima alemã, com dramaturgia de Cláudia Barral , Galy Gay, o pacato e simpático estivador da obra original, é retratado como um motorista de aplicativo que, assim como o original alemão, sai para comprar peixes para saborear com a família em um domingo de sol, momento em que se depara com o inesperado convite que o escala para situações inusitadas de conflitos morais.

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Contando em cada ala-cena, toda a sua trajetória desde o começo, quando saiu lá atrás para comprar um peixe e toda a sua vida, paixão, morte e ressurreição na avenida.

Já que entre outras características, como a de se adaptar latinoamericanamente às piores condições, (inclusive a de se transformar em guerreiro indomável), era apaixonado pelo Carnaval.

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"Gente é Gente?!" transpõe essa história para nossa brasilidade, de cem anos pra cá, com o passo e marcha, ora ao som de um ritmo popular, ora sob a batuta de uma marcha militar, não raro em convivência litigiosa na cena.

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As obras brechtianas em geral têm uma estrutura de estações autônomas que se ligam, a emoldurar o espetáculo como alas de um desfile carnavalesco.

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Tudo isso apresentado no palco do Teatro Municipal de São Paulo, em alusão ao centenário da Semana de Arte Moderna de São Paulo, movimento contemporâneo a Brecht.